
Bossa Barro - Alexia starts a business!
Alexia: Oi, oi pessoal e bem-vindos a mais um episódio do Carioca Connection.
Meu nome é Alexia e eu estou aqui acompanhada do Foster.
Tudo bem, Foster?
Foster: Olá, Alexia.
Sim, tá tudo ótimo.
Como é que você está?
Alexia: Eu também.
Feliz setembro.
Começou o mês de setembro.
Foster: Feliz setembro.
A gente está gravando esse episódio no primeiro dia de setembro.
Alexia: No primeiro dia do mês, no primeiro dia de setembro.
Foster: É, no ano 2025.
Alexia: Sim, isso significa que já já o verão vai embora e chega a minha estação preferida do ano, que é o outono.
Foster: Mas hoje não vamos falar sobre isso, Alexia.
Antes de começar, eu só queria falar duas coisas.
Primeiramente, nós dois estamos com muita alergia.
Então, se nossas vozes são um pouco diferentes hoje, é por causa disso.
Estão.
Alexia: Estão.
Foster: Porque estamos super entupidos.
E a segunda coisa, eu já esqueci.
Alexia: Sim.
Bom, lembra de uns episódios atrás que a gente falou sobre Tiny Experiments, ou seja, pequenos experimentos?
Foster: Eu lembro, sim.
Gravamos uma minissérie de episódios sobre um livro que em inglês se chama Tiny Experiments, em português seria Pequenos Experimentos.
Alexia: O que eu acabei de falar?
Foster: Desculpa.
Um palco e tempo é céu, meu amor.
Alexia: A gente tinha se prometido a fazer pequenos experimentos porque a vida estava um pouco louca, continua um pouco louca, no caso, mas isso era uma coisa legal de fazer diferente e que envolveria o meu hobby, que o meu hobby é a cerâmica, né, hoje em dia.
Então, como é que eu poderia fazer um pequeno experimento com a minha cerâmica? que era fazer seis peças de uma coisa específica e tentar vender essas peças para ver se as pessoas gostariam ou não e etc.
Certo?
Foi assim que a gente combinou.
Foster: Eu acho que a ideia foi só criar seis peças, tentar colocar para vender e ver o que acontece.
Alexia: Exatamente.
Então, o que aconteceu foi que, naquela época, eu ainda não tinha as seis peças prontas.
Então, de lá para cá, eu fiz as seis peças, ficaram prontas, Eu abri uma loja no Etsy, eu coloquei numa loja física aqui no Porto e abri uma marca de cerâmica chamada Bossa Barro.
Ou seja, eu fiz tudo.
Foster: Então, basicamente, resumindo o seu pequeno experimento, em mais ou menos dois meses, você abriu uma empresa nova.
Alexia: Mais ou menos.
Foster: Sim, mais.
Exatamente isso.
Alexia: Sim, então o nome é Bossa Barro, que eu acho que é um nome muito bom.
Funciona para inglês, para português, para Brasil, para Portugal.
É uma boa mistura daquilo que eu faço.
E sim, ou seja, eu tenho um big check no meu pequeno experimento.
Foster: Agora é um grande experimento.
Agora é um negócio.
Alexia: E o que você gostaria de falar sobre isso?
Foster: Primeiramente, parabéns, amor.
Eu te falo isso todos os dias, mas eu tenho tanto orgulho de você.
É sério.
Alexia: Obrigada.
Foster: E só para vocês entenderem, tem lojas aqui no Porto que já tem as peças da Alexia que você fez.
Alexia: Uma loja no porto.
Foster: É um começo.
Alexia: Sim.
Foster: Mas pessoas já podem comprar uma coisa que você criou do nada.
Alexia: Sim.
Foster: É incrível isso.
Alexia: Sim.
Sim.
E muito interessante ao mesmo tempo também.
Foster: Então eu tenho muitas perguntas.
Posso?
Alexia: Claro.
Foster: Tem muitas direções onde eu posso ir, mas eu acho que eu quero começar com o nome.
Pode explicar um pouco mais sobre a ideia do nome Bossa Baco?
Alexia: Bom, barro é fácil de explicar.
Barro é o clay, a matéria-prima da cerâmica, é o barro, é o que a gente usa para fazer uma peça de cerâmica.
E boça, você pode pensar, boça nova, ou então, aquela pessoa tem boça, uma coisa tem boça, tem alguma coisa diferente naquilo.
E eu pensei em fazer um nome o qual eu juntasse tanto as minhas raízes brasileiras quanto portugueses, claro.
E que também fosse um nome fácil de ser lembrado.
E que a logo fosse fácil de ser feita.
Ou seja, Bebê Bossa Barro.
Foster: Bebê, como se chama acrônimo.
Alexia: Como Carioca Connection, CC, ou Carioca Connection Club, CC Club.
É isso.
Foster: É fácil de lembrar qualquer coisa do Brasil bem de bem.
Alexia: Sim.
Então tá aí a explicação do nome.
Foster: Então, me conta sobre a experiência.
Quando a gente gravou os episódios, falando sobre o pequeno experimento, como você já falou, ainda não tinha peça nenhuma.
Então, como que foi?
Alexia: E aí eu cheguei na outra aula enlouquecida, falando que preciso criar logo essas peças, enquanto eu estou fazendo meu projeto pessoal.
Porque eu tenho um projeto pessoal aqui pra casa, que é muito bonito, que vai ficar numa das paredes aqui de casa, que são folhas, enfim.
Quem começar a seguir Bossa Barra no Instagram vai poder ver.
Então, são só duas horas de aula por semana, o que é pouco tempo para se fazer coisas.
E também tem o fato de que eu amo o meu pessoal da Cerâmica.
A gente fala mais do que faz, no final das contas.
Então, eu já avisei que eu ia começar a usar fone de ouvido durante as aulas para conseguir me concentrar, para ser produtiva.
Porque às vezes não sai nada e às vezes saem três peças de uma aula.
Então, depende muito do mood da aula.
Foster: Você realmente começou a usar fone?
Alexia: Não, eu sou proibida.
Foster: Ah, tá.
Alexia: A Joana, minha amiga da cerâmica, olha para mim e fala, juízo.
Não vai usar fone.
Foster: Juízo.
Você pode explicar um pouco mais?
Alexia: No sentido de tipo, oh, que isso não vai acontecer.
Meio que toma juízo.
Foster: É, comporta-se.
Alexia: É, meio que isso.
E ela é mãe, então.
Eu obedeci.
Foster: Então, sim, já gravamos pelo menos um episódio sobre quando você começou a cerâmica.
E só para dar um pouco mais de contexto para quem não escutou o episódio, você vai toda quarta-feira para um grupo de cerâmica.
Quantas pessoas tem no grupo?
Alexia: São oito alunos mais o professor.
Foster: É, você é muita amiga.
Alexia: A gente tem lanche toda quarta-feira, então tem a parte do lanche, cada um leva um lanche uma vez por semana e é muita falação.
E chegou ao ponto que a gente marca jantares pós-aula, então duas vezes ao ano a gente sai pra jantar a turma inteira.
É mais um desafio eu ser produtiva nas aulas porque é como eles falam, é a nossa terapia semanal.
Então, todo mundo fala tudo, reclama de tudo, conta coisas, conta fofoca, etc., enquanto a gente está fazendo as peças.
E tem vezes que é, tipo, impossível você ser produtiva, porque tem tanta coisa acontecendo ao mesmo tempo, que é meio que assim, eu estou com o barro na mão, eu olho no entorno e falo, o que eu vim fazer aqui hoje?
Então, é isso.
Foster: E imagino que deve ser bem difícil porque é uma coisa terapêutica.
Porque é uma coisa social, você está conectando com suas amigas.
Também, cerâmica, fazendo coisas com as mãos, é bem terapêutica também.
Alexia: Sim.
E muito, como se diz, recompensador quando você vê que a peça saiu do forno e saiu bem.
Foster: Recompensador quer dizer gratificante?
Alexia: Sim, também.
Porque o processo de você fazer uma peça é...
Primeiro que eu não faço em roda.
Eu já expliquei isso aqui.
É tudo feito com mão livre.
Eu não faço em roda.
Então, tudo é literalmente com as minhas mãos moldando aquilo.
E aí você faz o desenho da peça, você pensa naquilo, você molda, lixe, deixa tudo direitinho e vem a parte do vidrado, que é o glazing.
E quando você vai vidrar a peça, tem vidrados que correm bem e tem vidrados que correm mal.
E tem vidrados que você pensa que vai ficar lindo naquilo e, na verdade, você olha para a peça e fala, parece um cocô, literalmente.
Uma das minhas amigas fez um croissant, fez o vidrado com uma cor e saiu literalmente igual um cocô.
Então a gente fica brincando que é o cocô dela.
Não vou falar o nome, mas enfim.
Foster: É bem parecido de fazer um bolo, colocar no forno e você não sabe se vai sair bem ou não.
Alexia: É.
Então...
Enfim, é muito divertido e é muito recompensador também quando você vê que aquilo tá saindo bem.
Eu já comecei a receber encomendas, tipo, a nossa vizinha pediu uma coisa para que eu faça, que vai ficar pronta essa semana, e eu já vou entregar para ela, provavelmente, essa semana também.
É legal!
Ao mesmo tempo que você recebe encomenda, é engraçado que é uma coisa que a gente discute na aula sobre, assim, até que ponto você aceita fazer qualquer tipo de peça.
Por exemplo, Ah, eu preciso de um vaso".
Mas não é uma coisa que você normalmente está acostumado a fazer, não faz parte do seu dia a dia.
Mas alguém te encomenda um vaso e aí você vai e faz esse vaso, entrega para a pessoa e ok.
Mas você quer começar a receber encomenda de coisas que as pessoas querem, precisam e tal, mas que não fazem parte da sua identidade como ceramista?
Ou você quer só vender as peças que fazem parte, como a sua identidade de ceramista?
Também tem isso?
É.
Foster: Me lembra de nossos negócios.
Por exemplo, no Inglês no Acru, nosso outro podcast e a escola que ensina inglês para os brasileiros. a gente poderia ganhar muito mais dinheiro falando sobre política e coisas tipo do dia também aqui é nosso tipo nossas raízes não vamos ter conversas reais sobre nossa vida para ajudar pessoas Sim, exatamente.
Alexia: Enfim, então é isso.
Foster: Integridade é a palavra que eu gostava.
Alexia: É, assim, por enquanto eu ainda tô recebendo encomendas de coisas que eu sei fazer e que tá tudo bem porque a minha identidade já não tá fixada em uma certa coisa.
Se eu souber fazer, eu faço.
E pronto, acabou.
Mas é interessante você pensar.
Foster: Super.
Se mereja, Alexia, você me deixa fazer só mais duas perguntas rapidinho?
Alexia: Claro.
Foster: Primeira, você pode falar um pouco mais sobre as peças?
As seis peças que você colocou para vender, como que são?
Alexia: É como se fosse um earring holder, ou seja, é para brincos.
É um organizador de brincos, digamos assim.
Mas que também pode ser usado para fazer um arranjo de flores secas.
Então, é uma meia lua, assim, mais ou menos, com furinhos, que você coloca os seus brincos lá.
Enfim, fica tudo super bonitinho e organizadinho.
Ou você usa pra flores.
Secas ou não.
Você pode colocar dentro de um vaso e...
Enfim, porque pode pegar água.
É bem legal.
Eu fiquei muito feliz com isso.
Foster: São super legais.
Alexia: Eu acho que vai ser presente de Natal pra família inteira.
Eu já tô pensando nisso.
Tipo, o que eu vou fazer pra todo mundo?
Foster: Minha outra pergunta é a última, prometo.
Você lembra quando foi o momento que você pensou, ah não, isso não é só um pequeno experimento.
Eu vou fazer uma empresa.
Eu vou colocar um nome e começar a montar uma empresa.
Tipo, criar uma marca e começar a vender em loja.
Isso requer muita coragem.
Alexia: Para mim, eu acho que foi assim.
Por que não?
O máximo que pode acontecer é eu não vender nada.
E tá tudo bem.
Meio que...
Assim, eu não sou uma pessoa extremamente ativa no Instagram.
Eu posto uma coisa ou outra e tal, não sei o quê.
Foster: Eu também não.
Alexia: Com o Bossa Barro, já é um tipo de approach diferente que eu preciso ter.
Então, eu preciso começar a produzir mais conteúdo mostrando como é que são feitas peças, o que que eu tô produzindo e etc, pra aquilo começar a gerar mais pessoas conhecendo e etc, etc.
Só que aí também tem aquela coisa, até que ponto eu quero fazer isso porque eu tenho outras coisas na minha vida, né?
Eu tenho Careca Connection, eu tenho inglês de Nicru, eu tenho a minha vida, eu não tenho só o bossa barro, então eu preciso meio que... tem muita coisa ao mesmo tempo, Mas, ao mesmo tempo, eu preciso colocar atenção no baça-barro.
Enfim, então eu tô um pouco meio que...
O que eu faço da minha vida?
Enfim, se vocês quiserem fazer algum tipo de encomenda de cerâmica, sou muito mais do que feliz em poder ajudar vocês com isso.
E...
É!
É isso.
É isso, eu adoro chegar em casa e colocar flores no vaso que eu fiz.
Foster: Eu também.
Adoro.
Adoro.
Nossa casa está linda e realmente eu fiquei tão orgulhoso de você exatamente por causa da pergunta que você falou agora.
Por que não?
Uma frase que você fala muito também.
O não, eu já tenho.
Alexia: Exatamente.
Foster: Isso é o espírito dos pequenos experimentos.
Alexia: É isso.
É...
É isso.
Tô com o Etsy Shop.
Tenho conta no Instagram.
E-mail.
E é isso.
Foster: Parabéns, Alexia.
Alexia: É, e aqui em casa tá cheio de cacareco já.
Tipo, coisas que eu venho juntando tanto minhas ou de pessoas ceramistas que eu conheço, que eu gosto e que eu quero ter uma peça daquela pessoa porque eu sei o quão importante é.
A gente tinha uma parede de coisas que a gente fez, eu e Foster fizemos de pintura de azulejo, umas cerâmicas minhas e umas outras artes de uma outra pessoa que eu gosto muito também.
Enfim, eu gosto de dar personalidade pra casa.
E eu gosto de dar personalidade com objetos e coisas que eu consiga contar a história.
Da onde eu encontrei, de como é que eu fiz, por que que tá aqui.
E não simplesmente, ah, porque vai bem com a cor da casa.
Não.
Eu gosto de ter coisas que eu possa contar uma história sobre.
Então, é mais ou menos isso.
Eu sou muito consciente daquilo que eu compro para casa em relação a decoração, objetos, etc.
Porque eu gosto da história que tem por trás.
Foster: Eu acho que Bossa Barra vai fazer uma parte muito bonita da sua história também.
Alexia: E é nesse sentido que eu também criei a marca, porque eu quero fazer parte da história de outras pessoas.
Então quem comprar ou quem quiser uma peça minha, vai pra sempre poder virar e falar Foi a Alexia que eu conheci em tal lugar, que eu vi em tal lugar, é o bossa barro, tarará tarará, e tem uma história por trás disso.
Então, da mesma forma que eu sinto prazer em ver as coisas que eu tenho aqui em casa, eu quero que as pessoas tenham prazer em ver as minhas peças em casa.
É isso.
Foster: Está de parabéns, Alexia.
Eu não posso parar de sorrir.
Alexia: É isso.
Foster: Então é isso, gente.
Vai lá no...
Na ONU Bossa Barro?
É...
Porque é uma empresa, né?
Alexia: Sim, mas você quer falar o quê?
Instagram?
Etsy?
Foster: É, vamos colocar tudo embaixo do episódio.
Vocês podem visitar todas as coisas da Alexia e também fazer mais uma parte da história da Alexia.
E ter uma coisa na sua casa que a Alexia fez aqui no porto com as mãos dela é muito bonito.
Alexia: Sim, sim.
E ao mesmo tempo é muita responsabilidade, mas eu fico muito feliz.
Foster: Eu também amo.
Alexia: Então tá bom.
Foster: Muito obrigado, Alexia.
E até o próximo episódio.
Alexia: Tchau.